sábado, 21 de novembro de 2009

O PREÇO DO PODER

Elenco: Giuliano Gemma, Warren Vanders, Maria Quadra, Ray Saunders, Fernando Rey, Bennito Stefanelli, Antonio Casas, Àngel Àlvarez, Van Johnson. Direção de Tonino Valerii. Ano: 1968 (segundo fontes 1969)
Há poucos dias assisti O PREÇO DO PODER, este é o segundo filme com a parceria entre o ator Giuliano Gemma e o cineasa Tonino Valerii, que começou em DIA DE IRA ( já postado aqui no blog em Junho deste ano) este é uma espécie de faroeste político envolvendo problemas ainda não resolvidos com o fim da guerra civil ( de 1861 até 1865) muitos filmes apresentaram diferentes visões de um dos maiores conflitos do oeste americano, mas poucas vezes foi tão clara quanto ao filme de Valerii.
A trama gira em torno de uma conspiração contra o presidente, mas pareçe que tem gente que não deveria saber dessa história como o velho Willer ( Antonio Casas, em participação especial) que é assasinado pelo ex-companheiro de guerra Wallace, Willian/Bill Willer( Gemma) chega no rancho e encontra seu pai morto, Willer também sabe de tudo, o presidente James Garfield ( Van Johnson) prepara uma viajem por todo o país de trem, para começar o seu programa agricola, junto com sua esposa ( Maria Quadras) e o seu secretario Arthur Macdonald (Warren Vanders) é ai que o conspiradores vão agir, o influente Pinkerton (Fernando Rey) manda os homens do xerife Jefferson (Benito Stefanelli) explodirem o trem em direção a Dallas, eis que Willer fará de tudo para inpedi-lo, chegando lá, mata os homens do xerife e desativa os barris de dinamite, eis que o presidente chega a cidade em segurança, mas sabe que corre grande perigo, pois se ele for assassinado Pinkerton podera chantagiar o vice-presidente Slim ( José Suarez) a ser marionete das idéias do governo sulista com um dossiê envolvendo provas contra as falcatruas do político no passado, eis que Garfield encontra intolerância ao debater suas idéias, Willer está suando a camisa para dar segurança ao presidente, mas é inevitavel, o presidente sofre um atentado no momento em que saí para acenar para o povo, mesmo com todo cuidado recebido o presidente morre e a culpa cai sobre Jack Donovan (Ray Saunders) amigo de Willer, agora Willer terá que correr contra o tempo para salvar seu amigo e vingar a morte do seu pai e a do presidente, Slim terá que assumir o posto de presidente e pede para Arthur encontrar o dossiê e dar fim nele, enquanto Willer corre contra o relógio.
O filme é muito bom e transcorre sem pressas e sem ser um filme de ação desenfreada, onde o filme se concentra mais em diálogos e em idéias políticas (embora o trailer italiano, disponível no Youtube, o venda como um Western de ação) aqui vemos muitas coisas referente ao próprio governo americano atual, como o governo Bush, que precisará da continuidade de confitos para defender suas idéias exatamente como faz os vilões do filme, o assassinato no climax do filme foi inspirado no assassinato de John Kenney justamente morto em Dallas em 1963, Valerii com a sua ótima direção consegue transpor a cena para o velho oeste, não só nessa parte, mas tembém houve boatos de que o assassinato de Kennedy teria sido uma conspiração política, por isso o filme gira em torno deste assunto, o presidente James Garfield que realmente foi uma figura real e se tornou presidente, também foi assassinado, mas isso já em 1881, e o filme pareçe que se passa pouco tempo depois da guerra, o elenco de atores foram bem escolhidos, inclusive os veteranos Antonio Casas, Fernado Rey e Van Johnson, além de Àngel Álvarez, Gemma está muito bem como Willian Willer (que não sei porque, a distribuidora mudou o nome do personagem para Bill) como o típico cauboi que acredita na força das armas como único meio de defesa, Warren Wanders faz um trabalho competente como Arthur Macdonald, um personagem cara-de-pau que mesmo estando ao lado de um presidente honesto ainda sim tem aquela postura política de abafar escândalos de políticos, repare também como o roteiro assinado por Massimo Patrizi e Ernesto Gastaldi (não creditado) sabem colocar as cenas de ação na hora certa e no momento certo, sem ter pressa de tudo se transformar num banho de sangue, mas ainda sim somos brindados por boas cenas de ação , uma delas é quando um jornalista de muletas tem uma arma embutida na muleta direita e mata três inímigos com ela, aqui a inprensa no filme é mostrada com submissa e usada pelos vilões do filme de acordo com seus interesses, a situação de desprezo e racismo contra os negros no filme, eis que quando Jack Donovan é assassinado, aparareçe Willer no julgamento do próprio (mesmo sem a presença do acusado) e dispara "ele está melhor morto do que vivo" , aqui o roteiro insere novas formas de duelo, como no caso de Willer versus o xerife Jefferson, em que é realizado no escuro e o único ponto de alvo é o cigarro aceso de ambos os participantes, a fotografia é belissima, e algumas locações o o rancho Willer, apareceram no clássico de Sergio Leone ERA UMA VEZ NO OESTE (1968) a música de Luiz Bacalov ( o mesmo de Django) é muito boa e cumpre o seu papel, enfim, se você procura um Spaghetti Western com mais ação vai se decepcionar, mas se você for paciente ou goste de filmes políticos, vai gostar deste grande filme, disponível em VHS e DVD no Brasil.

Um comentário:

Pedro Pereira disse...

Viva amigo Artur!
Gosto bastante dos spaghettis do Tonino Valerii, especialmente do "I giorni dell'ira", mas também o "Per il gusto di uccidere" e o "Una ragione per vivere e una per morire".
Este de que falas agora não mostra as suas capacidades em pleno mas também não desilude, e acaba por ser interessante notar tantos paralelos com o assassinado de JFK. De resto a presença de Giuliano Gemma soma ainda maior interesse pela coisa!