terça-feira, 9 de março de 2010

O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA

Elenco: James Stewart, John Wayne, Lee Marvin, Vera Miles, Edmond O Brien, Andy Devine, Ken Murray, John Carradine. Direção de John Ford. Ano: 1962
Nunca um filme falou tão bem sobre as lendas do oeste como o O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA, essa é a primeira vez que vejo o personagem de John Wayne não participando diretamente do filme e ser o segundo protagonista servindo de escada para Stewart brilhar no filme, mas quando lembramos de Stewart, lembramos de Anthony Mann e da sua parceria com o ator, em WINCHESTER 73 (1950) e UM CERTO CAPITÃO LOCKHART (1955)
A trama: gira em torno do pacato advogado Ranson Stoddard (Stewart) que chega para o funeral de Tom Doniphon (Wayne) aonde vai contar sobre sua amizade com aquele homem e o dia em que matou Liberty Valance ( Lee Marvin, em grande atuação), tudo começa quando Ransom está indo para Shimbone mas é parado por Valance e sua quadrilha, quando Ranson reclama com os bandidos Liberty da uma surra em Ranson, levado para a cidade, Ranson se recupera e conhece Tom, mas os problemas não param por ai, pois Ranson quer acabar com a tirania do bandido apoiado por homens poderosos, então Ranson passa a ser perseguido pelo bandido, até o dia em que Ranson enfrenta Liberty, mas algo surpreendente mudará o rumo das coisas...
Talvez este seja o trabalho mas controverso de John Ford, onde não vemos as grandes fotografias do Monument Valley, como estamos acostumados a ver nos filmes de Ford, com a trama girando em torno de um pacato advogado do que do típico cauboi rápido no gatilho que acredita que a única lei é a do revolver, embora essa ideologia esteja presente, mesmo que em menor grau, pelo personagem de Wayne, também o duelo entre Ranson e Liberty não é ao meio-dia com o sol escaldante e nem quem saca mais depressa, o confronto é a noite desconstruindo o clichê do duelo do mais rapido, embora esse clichê esteja presente, mais uma vez representado pelo personagem de Wayne, a dupla Stewart/Wayne está fantástica, os 2 conseguem ser estupendos, Stewart está muito bem como Ranson, infelizmente Wayne não aparece tanto, mas a sua atuação é muito boa, mas quem rouba a cena é Lee Marvin como Libery Valance, um bandido mau e cruel que não perde a chance de torturar alguém, numa cena bem violenta é quando ele tortura o velhinho jornalista amigo de Ranson, violência essa que 2 anos depois seria explorada por Sergio Leone em POR UM PUNHADO DE DÓLARES ( 1964) e curiosamente este mesmo filme seria referenciado pelo mesmo em ERA UMA VEZ NO OESTE(1968) filmado em preto e branco, Ford, além da excelente direção, deixa o filme com uma atmosfera certa para contar uma lenda do oeste, pois isso nos lembra as fotos de Billy The Kid, Jesse James, Wyatt Earp, etc, além de deixar o filme melhor para ser trabalhado com o suspense em certas cenas, também temos Woody Strode no elenco, muito bom, além de Lee Van Cleef como capanga de Liberty, Ford consegue falar como nenhum outro sobre as lendas do oeste, isso fica melhor esclarecido quando um personagem diz o seguinte: “Quando a lenda vira fato, imprima-se a lenda", digo que este é o trabalho mais controverso de John ford, porque o próprio chgou a dizer que ouviu a verdadeira história do tiroteio do O.K. Corral, do Wyatt Earp em pessoa, pouco antes dele morrer, a frase também pode ser que remita a John Ford e essa declaração, que não sabemos ao certo se é verdade ou não, mas é uma das melhores lendas do cinema, enfim não ah motivos para não assistir a esse fantástico filme, disponível em DVD, e também é exibido com frequência pelo TELECINE CULT.

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